Pesou-me na carne sua coroa de espinhos
E eu nada quis ser para não fazer barulho
Ira Buscacio, Um estranho quase íntimo
fotografia de jorge pimenta
mãos a prumo
em novelo
de lã,
pulsação do
sangue
estação
quente e
cio,
toda a seiva
masculina
a escavar o
ventre
na
incandescência
do fogo
aqui
o corpo a
cerzir
cansaços,
ali
artérias a
rugir
embaraços
enquanto das
gengivas
escorrem
migalhas de pão
e mesa vazia
porque lá
fora és somente
chuva frio e
tantos vestígios
de setembros
e
desfolhadas
naufragados
no calendário
de frutas
macias e outras tantas
fulgurações
é esta a
canção do homem
em que
fundes o corpo e cada uma das
recordações:
a memória é
dardo e mãos
a farejar o
ouro que
não é.
"... toda a seiva masculina
ResponderEliminara escavar o ventre
na incandescência
do fogo..."
Crias imagens esplendorosas, Jorginho! Eu adivinho o ser que há em ti pela beleza e infinitude de imagens raras que crias. Os versos destacados da Ira, lá em cima, fizeram-me parar e ficar, quando estive comentando o blogue da poeta. Aliás, há um quê em comum entre tu e ela, embora cada um ao seu modo: ambos me tiram o fôlego completamente; ambos não podem caber em um simples corpo, numa única cabeça...vocês têm "gigantices" surpreendentes. Beijo, meu amigo poeta maravilhoso!
a ira é uma imensa mulher-poeta-poema, taninha, e as palavras em que me associas a ela e à sua escrita emudecem-me a voz. grato pela tua ternura de sempre, querida amiga escultora de sensações e de tantas viagens!
EliminarTaninha e Jorgito, o universo foi de uma gentileza tamanha quando me deu vocês. Sou gostadora dos dois, tanto que nem sei. Obrigada!
Eliminarbjs tantos
Jorgito e Taninha, o universo foi de uma gentileza tamanha quando me deu vocês. Sou gostadora dos dois e tanto que nem sei. Obrigada!
Eliminarbjs tantos
Quem cria sentidos infinitos não tem o que agradecer: vocês são co-criadores dessa minha vida que germina! Beijos aos dois..
Eliminarhá neste cantar aquele eco de eras tão primevas
ResponderEliminarque se incorporam na pele e no suor dos dias
abração
p.s. beijão pra Ira que surgiu como leitmotiv
ira-inspiração.
Eliminarpalavras tuas são acenos que guardo com carinho e amizade; ouro para vós!
abraços!
E o silêncio que se faz depois das tuas palavras permite-nos vestir na perfeição a oração que nos afaga.
ResponderEliminarAbraço Jorge
cvb
belíssima a extensão do silêncio a escorrer das tuas palavras, cecília.
Eliminarum beijo
As leituras de hoje estão me sugerindo a palavra, ou ideia, Preamar... E não somos todos movidos a Preamares? A palavra no seu fluxo de ir e vir nos navegando!
ResponderEliminarSempre uma viagem de tantos rumos te ler! E Iracema brilhando lá no alto!
Beijos, meu amigo das imagens pulsantes!
alguém um dia terá escrito que somos todos os textos: os que lemos, os que escrevemos e os que vivemos na rota das palavras: "ires e vires nos navegando".
Eliminarbeijinho, jô de tantos infinitos-do-dizer!
Lindo! cada momento, cada pulsar desta oração!
ResponderEliminarperfeita combinação este post, como só tu o fazes, querido amigo.
frase da ira, foto, versos teus e música, incríveis emoções!
beijinho!
há preces que me vou esquecendo de dizer; outras, dizem-me, qualquer que seja o estado ou a circunstância.
Eliminarsempre tão especiais as tuas palavras e presença, querida andy!
oração da vida no leito de amar Jorge..
ResponderEliminarIra sempre intensa inspiração...
beijos querido Poeta
aquele que ama, vive - tão simples a equação, verdade, ingrid?
Eliminarira sempre uma inspiração.
beijinho!
aquele que ama, vive... ou, pelo menos, não sabe morrer...
Eliminarsensualidade a escorrer na seiva da pulsante palavra...
ResponderEliminare, no silêncio, num eco surdo e sibilante,
impera o Amor, perpetua-se o Instante...
Beijinho meu, querido amigo!
a palavra incolor, indolor, mas que na sua translucidez muda é cor e dor, a palavra, essa, fecunda, alcina.
Eliminarbeijinho, querida amiga!
Oração que se funde
ResponderEliminarcorpo/lembrança
a cada singular instante
Beijão, Jorge!
porque somos tantas vezes tão pouco mais do que isso, marlene: singulares instantes a recrudescer breves eternidades.
Eliminarbeijo meu!
Belas palavras de Ira, foto especial e vídeo lindo. Tudo para emoldurar seus preciosos versos. Eles nos trazem emoção, talvez a mesma que lhe serviu de inspiração. Bjs.
ResponderEliminarsempre ternas as tuas palavras, marilene; grato.
Eliminarbeijinho!
Uau, Jorginho! És o mais encantador dos poemas seus que já li. Forte, muito forte. Uma oração para várias releituras. A começar pelo incipit de Ira, tão pertinente!
ResponderEliminarSeu blog é muito esmerado :) Beijo!
ira é sempre uma inspiração, adri :)
Eliminarbeijinho, pétala poética :)
do orvalho retiro o ouro abundante que há. eis minha prece e elevação!
ResponderEliminarbj, poeta dourado
geometria de estrelas com pontas perfeitas a reverberar ouro abundante: a tua voz-inspiração, ira.
Eliminarbeijinho, querida amiga!
Meu querido Poeta
ResponderEliminarComo sempre as palavras faltam-me para te comentar e remeto-me ao silêncio deste momento que estou a sentir.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
um beijinho em silêncio ao som de uma melodia que me tocou imenso há instantes e que trouxe lá do RosaSolidão.
Eliminarbeijinho, amiga do sonho!
Fiquei na dúvida se foi, então, de novo:
ResponderEliminarJorge,
Imersa num mundo de pelúcias e Elvis, como bem deves imaginar, chego aqui como no tempo do Viagens, (saudades): ler-te sorvendo English tea n.1 ao leite, é quase um tipo de oração também, ou é.
[Deixei preparada uma postagem com o título de: Templo e bênçãos, - mas que só publicarei semana que vem se der... (coincidência de universo religioso :) ]
Ira, linda aquariana, sempre iluminada! Recordo-me do outro incipt dela postado no Viagens: “amo-te como quem te sabe e não te vê morrer”.
Entre eu e eu, há um Galeano e um Saramago discutindo amigavelmente numa mesa de café e pensamentos. Concluíram os dois que desejam ser personagens de um filme de Blake Edwards :) E impera a serenidade. E assim sou, pois não pretendo desobedecê-los!
A memória é como ouro, sim. Tão valiosa quanto, mas da mesma forma, sem serventia. Se saio à rua com joias, (digo isso tendo como referência o Brasil), o perigo de ser assaltada é imenso. O mesmo, se expor minhas memórias, pois elas têm valia aqui dentro, muito dentro..., do lado mais escuro do c(oração), entre orações subordinadas e insubordinadas que existem a bombordo do peito.
Benedetti tem uma frase mais ou menos assim:
“Se habito na tua memória, não estou só.”
Agradeço por este momento sublime de poesia.
Beijos e te cuida!
PS.: Tudo bem? ... Qualquer coisa me avises, tá bom?
PS.2: Sem o blogroll fica difícil saber quando atualizas ..., cheguei hoje ao acaso, pela vontade de orar :)
a memória é como o ouro, aninha, mas também a certeza de que o medo sempre veste o homem. aliás, na linha de benedeti, diria que aquilo que nos aproxima da eternidade é especialmente a memória, pois em cada pedaço de nomear nos refazemos vivos e inteiros qualquer que seja o estado, o tempo ou a circunstância.
Eliminarbeijinho grande!
p.s. não consigo, mesmo com o teu tutorial, ativar o blogroll no teu letrasdeanacecília. não sei o que estará a falhar... help!!!
p.s. 2 e a pequenita luíse, acabou por ficar com uma ideia mais nítida de como são os táxis em portugal? :)
beijinho de orvalho sobre ambas as pétalas!
Bri-lhan-te!!!
ResponderEliminarUma oração digna de espanto! Para se ler rezando....
Beijo, poeta primoroso.
Beijo, musa inspirada.
Obeservaçãozinha: Desculpe minha ausência, tenho tido problemas técnicos pra chegar até a tua casa, mas ainda me sinto da família.
os reencontros são a mais fina poesia, cris. especialmente os reencontros com aquelas vozes que inauguram dizeres.
Eliminarbeijos para ti, cris-a-tal.