sexta-feira, 4 de outubro de 2013

treze versos para curva e despiste


fotografia de jorge pimenta


demorei, um dia,
no teu olhar
álcool sangue e leite em
verso

hoje
sopro língua
e perícia
com batom pó de arroz e rímel
à espera que tudo corra
que tudo siga
que tudo faça:

a que velocidade é que os corpos se
despistam?



24 comentários:

  1. nas curvas do corpo nunca há o tempo..
    beijo e bom final de semana Poeta..

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    1. é assim mesmo a intemporalidade primeira, ingrid: a do amor.

      beijinho!

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  2. e tudo vai, jorgíssimo.
    e tudo segue, como as águas de um rio.
    tudo eternizado.
    ainda que só de vez em quando.

    treze abraços (mais um... sou supersticioso, às vezes) do seu amigo,

    r.

    ps: e o nosso cruzeiro já sente o cheiro metálico da taça.

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    1. a linha reta de todos os possíveis nesse eternamente-já por não saber quando mais, robertílimo - afinal, tudo flui, tudo voga, tudo segue.

      um abraço em rotação viva, como o pião desses meninos que gira com saudades desde aqui!

      p.s. só o cruzeiro aí e o benfica cá... ai, ai... ai...

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  3. Velocidade de corpos é um enigma que não decifro, Jorginho... A pergunta dos versos me trouxe a mim. E o que já não sei de mim...

    Ah, faz uns dias sonhei com uma placa, pela estrada que eu ia, junto com outras pessoas. Lá estava o nome do teu blogue...rs Quem entende a lógica dos sonhos? rs
    E eu adoro o nome do teu blogue.
    Beijos,

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    1. às vezes o despiste dos corpos dá-se num simples abrir e fechar de olhos, verdade, taninha?

      curioso esse teu sonho. aonde nos levam essas estradas de além-consciência? e quanto nesse limbo soa a verdade?

      beijo grande!

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  4. e de repente
    me vejo à frente
    de mim mesma
    e - por isso -
    sempre só!

    beijo, meu amigo das imagens pulsantes!

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    1. são os espelhos das palavras a ressoar mensagens de tempos, lugares e vidas que não recordamos e não sabemos sequer se um dia viveremos. e conhecer-nos torna-se tarefa ainda mais improvável...

      beijos, jô-poeta-amiga de tantas viagens e vertigens!

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  5. Jorge,
    Não existe velocímetro, mas... o que importa se a velocidade é de um clique fotográfico ou de um poema de Benedetti?

    De uma coisa tenho certeza: dois corpos se despistam na mesma velocidade, um não consegue ser mais rápido que outro, pois espelho-reflexo-espelho-reflexo...

    Grande beijo!

    PS.: Enviarei um aceno por estes dias, tá bom?

    PS2.: Ano passado, dia 7 de outubro eu estava em Évora... Saudades, saudades-vórtices-velozes-vorazes...
    ............

    Um presente para ti. Lembrei-me quando li teu belíssimo poema. Deixo-te:

    - Chau número três - Benedetti

    Te dejo con tu vida
    tu trabajo
    tu gente
    con tus puestas de sol
    y tus amaneceres
    sembrando tu confianza
    te dejo junto al mundo
    derrotando imposibles
    seguro sin seguro
    te dejo frente al mar
    descifrándote a solas
    sin mi pregunta a ciegas
    sin mi respuesta rota
    te dejo sin mis dudas...

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    1. aninha,
      são eles, os corpos, o asfalto e o percurso, a viagem e o acidente, a chegada e tantas partidas afagando-nos cada pedaço sombrio ao mesmo tempo que segredando palavras que ensinam a renascer. mão sobre a mão, como o princípio de cada estação.

      maravilhoso o poema - benedetti, que um dia trouxeste até aqui e que agora se recusa a partir - de que retenho tudo, mas que de que sublinho em especial dois versos: "te dejo junto al mundo / derrotando imposibles".

      beijo português!

      p.s. completa-se um ano sobre a tua viagem em redor deste meu portugal. como esquecê-lo?

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  6. Não importa essa velocidade, mas o que foi gravado no encontro que o tempo nos permitiu. Bjs.

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    1. e assim se ensina à pele o sentido primeiro dessas pequenas eternidades.

      beijinho, marilene!

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  7. deixa-me sonhar com caminhos que se fazem em bom sentido, em que tudo flui, tudo respira, tudo existe...
    não há rotas para a minha velocidade...

    beijinho, querido amigo!

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    1. a viagem do corpo, pássaros a fugirem-nos dos dedos e a estrada, ao fundo do sonho, a acender telhados em cada quilómetro percorrido deste nosso céu. e nós, cada vez mais próximo de todos os espaços.

      beijinho, querida amiga!

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  8. 13 vezes. Um número que traz no corpo a tinta do estigma, talvez o sinal de fuga quando a mente crê que tudo exista e, apenas, o tempo diz não.

    Meu poetamigo querido, um beijo com batom pó de arroz e rímel

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    1. 13, número alheio à existência e à negação do tempo e, ainda assim, com um olho aqui e outro em todos os lugares, a pulsação viva desse verso-ritmo na iminência do sempre.

      beijos, amigapoeta tão querida!

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  9. E haverá tempo dentro dum olhar?

    Muito bom ler-te Jorge.
    abraço

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    1. mas... quantos olhares cabem num segundo de tempo?...

      beijinho, cecília! tão bom este reencontro.

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  10. Meu querido Poeta

    Não importa a velocidade, mas sim "aquele momento" em que são um só.
    Como sempre não há palavras para descrever o verso e não há verso que descreva o tempo.

    Um beijinho com carinho
    Sonhadora

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    1. amiga do sonho,
      é esse o instante, o momento, o ponto minúsculo que nos toca à velocidade dos nossos aconteceres.

      beijinho grande!

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  11. http://www.youtube.com/watch?v=gpXAlZhCHCA só de ler "heaven" já me vem isso à mente;

    pensando ainda sobre a velocidade...

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  12. por falar de heaven... cats :)

    beijo, andressa! há quanto tempo...

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  13. e quando o amor for mensurável,
    a velocidade do choque dos corpos
    terá a justa medida da paixão...

    Beijinho meu, Jorge!

    Até breve!

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    1. há despistes que não evitamos... nem queremos :)

      beijinho, querida alcina!

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