Porque de cada vez que a luz se extingue, há sempre um aroma
a mar, um perfume a sol e a História, um rasto de gente:
afinal, o que dá
sentido o tudo o resto.
E eu regresso sem nunca de lá ter saído.
fotografia de eurico portugal
é ali,
entre a pedra e o mar
que teces o branco, as mãos
e todas as estações;
ali,
memória de aço a arremessar
papoilas para que a religião una
e não separe;
e não separe;
sempre ali,
bailado frenético de azul e lábios
a afastar palavras
em cada gomo dos nossos dias;
ainda ali,
olhares-infantes na amurada
a ousar rotas e infinitos
atolados num hoje que nada sabe de
lemes, velas
lemes, velas
ou astrolábios;
ali, e em nenhum outro lugar:
no seu rosto de madrugadas
adormecem as pálpebras
que o sonho e o homem
hão de para sempre
guardar.
fotografia de eurico portugal
guardar retinas, pálpebras
ResponderEliminara amurada de um sonho
que se desdobra em fímbrias
e beija as vestes da manhã
abraço
são os rostos das madrugadas, assis, as dos homens e as do país quando no século XIV dali partiram as naves em direção à imortalidade. hoje, colhemos cacos e desperdícios.
Eliminarabraço!
aliás, século XV :) em qualquer dos casos, o sonho fervilhava, já, orlas e espuma.
Eliminarabraço renovado!
Parindo suspiros e silêncios, que a tua poesia me faz tão vida!
ResponderEliminarBeijos,
um beijo tecido de branco, taninha, desse branco alvo que apenas a cal lacobrigense incendeia.
Eliminararoma a mar e perfume de sol moram nos teus versos,
ResponderEliminarbelíssimo!
beijinho grande, querido amigo!
o mar que os portugueses inventaram e que, precisamente em lagos, se fez viagem no tempo e atavismo por estes dias, numa feira quinhentista; absoluta coincidência esta postagem dedicada à mais branca das cidades algarvias.
Eliminarbeijo, querida amiga!
Eurico querido,
ResponderEliminar"e eu regresso sem nunca de lá ter saído".
Especificamente sobre Lagos, quando por lá estive fiquei em estado de graça. Senti uma felicidade como ponta de faca, e explico:
foi em Lagos que entrei até os joelhos nas águas do mar de Portugal que tanto queria; no entanto, num dia ensolarado que fazia algo em torno de 30 graus e nunca, mas nunca havia sentido uma água tão gelada em toda minha vida!
Uma felicidade em forma de choque!
Senti algo alucinante que foi dos meus pés até a ponta mais comprida do meu cabelo que ficou todo arrepiado e tenho foto comprovando o feito.
Foi em Lagos que descobri que a felicidade pode ser gelada, contanto que o coração pulse. Inesquecível!
Beijos!
imagina, aninha, experimentar tocar a água das praias do norte de portugal, invariavelmente mais frias uns 3/ 4 graus do que as do algarve. mas, que importa? há arrepios que jamais nos deixam partir para longe.
Eliminarbeijinho!
guardar o mar no peito! entendo bem dessa missão.
ResponderEliminarbj, meu poeta querido
guardar o mar no peito: é a sina do poeta, ira.
Eliminarbeijinho!