domingo, 9 de novembro de 2014

À velocidade da solidão


Por fim, relembras... recordas o tempo em que escrevias vozes em cada verso, mulheres mordendo a noite, copos acesos de rimas à espera que os lençóis estendessem as mãos para as magnólias de um tempo que adivinhavas eterno. Sim, escrevias, e no bailado de tinta, emaranhavas serpentes que se lançavam para dentro do corpo – e o tempo foi água a correr, invisível, na clepsidra das veias.
Hoje já nada escreves e a palavra é apenas o abandono com que, de bengala na mão, recordas o fim da estrada. Por isso, corres... à velocidade da solidão.




Fotografia de Jorge Pimenta


5 comentários:

  1. Jorge e seus becos escuros. Jorge e suas luzes ao fim dos túneirs. Jorge e sua luz pintando de claridade a escuridão.

    Jorge.
    Jorge e suas lentes, lanternas...

    Abraços,

    R.

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  2. A solidão é um sentimento nefasto, sutil, sorrateiro, chega sem pedir licença, adentra, se instala, e maltrata lentamente, lindo texto o seu amigo e poeta Jorge Pimenta, estava com saudades de seus escritos, e sua fotografia também, parabéns.

    Um grande abraço pra ti.

    Paulo Cheng

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  3. gosto da foto, mas gosto muito do texto, embora um pouco nostálgico.
    bom fim de semana.
    beijinho
    :)

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  4. o fim da estrada, da escada, o caminho e os degraus , indo e vindo, subindo e descendo, imagens por si,
    bom te ler e viajar através de sua lente :)
    beijo grande de saudades, querido Jorge

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  5. Há estradas infinitas… as que nascem com tinta da alma e ao sabor de uma razão, existir.
    Há sombras em cada esquina do tempo mas nem por isso o sol deixa de existir.

    Beijinho de saudades!

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