I.
Hoje, escondo a chuva que me
existe velozmente, tapo o rosto num véu de rosas e deixo que o vento me
indague, olho nu e ausência de mãos.
Nada sei já senão a vaga certeza
da ciência dos naufrágios, leve sombra inocente a decidir florescências de quem
leva ao coração a fúria de passos que espalham e não encontram.
Ainda assim, tanto há que ainda me respira...
fotografia de jorge pimenta
II.
Silêncio vertical sobre duas
pingas de solidão enquanto o teu nome permanece gravado na tela de um
guarda-chuva.
fotografia de jorge pimenta
Querido Jorge,
ResponderEliminarBusca que só teus versos sabem expressar..
Beijos de gratidão pela tua constante presença.
Bom final de semana.
searas de versos para mãos que rugem em cada fluir lento de vento e tempo - somos tanto do que sentimos e deixamos acordado no balanço imperfeito das palavras, verdade, ingrid?
Eliminarbeijinho grande grato pelo teu carinho de sempre!
Adriana Calcanhotto, intérprete e compositora gaúcha, compôs uma canção única homenageando o Rio. Chama-se Cariocas. A letra diz que cariocas não gostam de dias nublados, entre outras tantas coisas. Sou completamente solar. Criada nas praias do Rio, sobre suas ondas, em liberdade. Há uma espécie de alegria pacífica em cada carioca, acho que, talvez, por vivermos essa intensa relação com o mar e a luz. Esse estado de ser é bem acordado em mim, porém, quando chegam as chuvas, os cinzas dos dias, surge um bicho lamoso, algo que vem de um canto escuro qualquer, e me toma da cabeça aos pés. Todo meu organismo se ressente e muda o olhar que tenho diante de tudo. Amargo sentimentos que ferem não apenas a pele como também as entranhas. É genuíno! E vendos essas imagens e os textos é que tomo consciência desta dor (nostalgia, tristeza, solidão...) que agora gruda em meus cílios. Nesses dias chuvosos os sopros são melancólicos e não menos belos, pq ainda podemos ser poemas.
ResponderEliminarum beijo grande, amigo-poeta dos meus sóis e das minhas chuvas
há dias em que chove; há dias em que somos chovemos escorrendo pelos portais do corpo - nuns e noutros, somos tempo, meteorologia e um tanto de metafísica...
Eliminarbeijinho, poeta-feiticeira!
p.s. recomeça a estação do sol e por cada pingo que me choveu dois milagres de luz...
Olá amigo Jorge!
ResponderEliminarFicaste ausente, te achei no blog de uma amiga. Bom regresso.Linda Poesia. A chuva significa vida, amor, água é sempre bem vinda num poema cheio de ternura.
Vou te seguir novamente. Tb fiquei ausente uns tempos.
Um belo dia para você.
Beijos
Nati
um reencontro que saúdo, nati; muito obrigado!
Eliminarbrijinho!
"Silêncio vertical sobre duas pingas de solidão..."
ResponderEliminarA respiração encantatória da Poesia!...
Bem-vindo!
Lídia
nas varandas submersas dos versos a colher anseios...
Eliminarbeijinho, lídia!
Silêncio vertical é de calar o horizonte!
ResponderEliminarBeijos cristais, poeta preciso e precioso*
porque é vertical, pergunto-me: com quantas palavras se diz o silêncio?
Eliminarbeijinho, amiga de cris-tal como os teus versos só.
Por vezes chora a natureza, por vezes choramos nós, inebriados pela melancolia dessas gotas e do nublado do tempo, e envoltos apenas em sentimentos.
ResponderEliminarFotos maravilhosas. Bjs.
por vezes, como que adormecemos por dentro desse oceano que nos chove...
Eliminarbeijinho, querida marilene!
e por vezes no silêncio colhemos palavras (mudas) ...
ResponderEliminar:)
palavras a dizer silêncios, silêncios a galantear palavras: quanto de um e de outro é verso e reverso de cada um de nós?
EliminarE o silêncio ecoou os versos das palavras submersas...
ResponderEliminarBeijos meu querido!!
as palavras, a primeira morada do silêncio...
Eliminarbeijinho, suzanita!
Quanta riqueza lírica e visual! Sem falar o texto-comentário da Ira.
ResponderEliminarBeijos!
é assim a nossa ira, chuva de outono antes de se tornar ela mesma o primeiro furacão.
Eliminarbeijinho, adri!
As chuvas me choram sempre. Teus poemas socorrem-me, muitas vezes, de um desamparo atávico.
ResponderEliminarBeijos, poeta!
as chuvas, os olhos, os poemas: uma tríade para saber amar... devagarinho.
Eliminarbeijos, taninha!
escondo minhas chuvas e elas me evaporam...
ResponderEliminarah, como eu queria a sabedoria das perdas!
beijos, meu querido poeta das imagens pulsantes...sempre me comoves!
são gotas de solidão a escorrer no silêncio enquanto o derradeiro instrumento musical é o teu nome pendurado nas cordas de um guarda-chuva enxuto.
Eliminarbeijos jô!
Dias em que a chuva faz desabrochar o poema...
ResponderEliminarBelíssimo, tudo.
Beijos
são pétalas de palavras a tocar os terraços das nuvens...
Eliminarbeijos!
Gosto de tempo chuvoso, é meio insólito e nos faz refletirmos sobre muita coisa, e adorei a frase: "Nada sei já senão a vaga certeza da ciência dos naufrágios", sensacional Jorge; também gostaria de comentar as imagens, fotos de sua autoria, belíssimas, amo fotografia, inclusive tenho um grupo de fotografia no facebook, que se chama "Fotoclube Além do Clique", caso você ainda facebook, dá uma olhada lá, tem muita gente bacana compartilhando suas imagens, e essas suas fotos ai eu tiro o chapéu, parabéns, além do texto, maravilhoso.
ResponderEliminarGrande abração pra ti.
muito obrigado, paulo! a verdade é que, não tendo facebook, vou partilhando as fotos que faço aqui mesmo, no blogue, ou noutros sites de especialidade (como o fineart ou o olhares).
Eliminarum abração, amigo!
invenção de almas, diria eu
ResponderEliminarabraço
mas, quanto das invenções não é o código da verdade?
Eliminarabraço!
E no silêncio se tecem as verdadeiras palavras , as sentidas, aquelas que sem som , ensurdecem...Ficam , eternizam...
ResponderEliminarTecidas com fios de lágrimas, com sorrisos, com saudade, eles nascem no silêncio e no silêncio permanecem, Nunca esquecidas...
Beijinho terno e saudoso, para o poeta- fotógrafo, Amigo !!!