[fotografia de eurico portugal]
rostos pelos
bancos da cidade
a fechar
mundos.
[fotografia de eurico portugal]
quase em
silêncio sabemos:
há sombras
que passam por nós.
[fotografia de eurico portugal]
a coisa
mais distante do horizonte – o tempo.
[fotografia de eurico portugal]
e ainda
assim
escondido na
tua ausência.
esse eurico portugal e o seu jeito de ver o mundo...
ResponderEliminare eu, aprendi, perdendo o tempo retratando grafites.
pode um trem destes?
abração deste seu amigo.
r.
robertílimo,
Eliminaro meu jeito de ver o mundo que, sei-o bem, nalgumas coisas não é assim tão distante do teu.
sobre grafites: há tempos a laura convidou-me para fazer fotografia no porto; levou-me para ruas e vielas, atrás de grafites, mas eu mantive-me sempre meio absorto dos cenários que ela idealizou. subitamente, detive-me em dois pombos que, vencendo o medo e vencidos pela sede, pousaram na ponta de uma bica, numa fonte de pedra, ali, bem perto do olho de vidro, a debicar pequenas gotas de água, enquanto arrulhavam promessas. um momento que não desperdicei e a fotografia aconteceu. a laura nunca mais me perdoou :)
abraço, meu querido amigo de tanto do meu tempo!
Belas capturas, amigo poeta do olhar mágico!
ResponderEliminarAs viagens que a fotografia nos permite, não se enquadram...
Beijo!
jô,
Eliminarcomeça a ser um vício, em mim, a fotografia.
há tanto que a imagem nos diz mesmo que silenciosamente e sem nunca ter estudado línguas... e descobri-la, inventá-la, desmontá-la para a voltar a montar é um labirinto de sentidos que contagia.
beijinho!
as fotos são verdadeiros poemas e o mais bacana é a descoberta. primeiro, a descoberta de mais um talento, mais uma possibilidade de projetar a arte. segundo, a descoberta do simples, de cada paisagem cotidiana, tão repleta de significados, de vida, de morte, detalhes que quase sempre nos passam desapercebidos.
ResponderEliminarsua alma, e não tenho dúvida, transpira arte.
amei em especial a primeira imagem
bj grande, meu amigo especial
p.s. não creio que L.A tenha negado a vc o perdão, mas, ela certamente voltou pra casa com uma ponta de frustração rs, porém hoje deve estar orgulhosa do amigo
as fotos são o instante, o mover de olhos, o estender de um músculo, o alheamento da expressão e o tanto que se adivinha em cada um deles. os rostos, esses, a verdadeira matéria de que se constroem as cidades - as de dentro e as de fora - são o que mais me fascina. e depois, os matizes negro e branco a uniformizar assimetrias como se por meio do tempo, mais do que da mão. e, em cada clique, um pouco da nossa cidade a misturar-se com as dos outros.
ResponderEliminara propósito da primeira foto, aquela de que falas, captei diversos ângulos, diferentes abordagens e perspetivas e aquele homem, na quietude dos seus [mais que certos] alvoroços, teve apenas o banco por companhia. não tive coragem de lhe estender a mão... e acabei por seguir... e a cidade ficou... talvez ainda lá esteja, mais velha, mais pequena, com os pulsos ainda mais magros e o olhar de pedra...
beijo, amiga muito muito querida!
p.s. a l.a. perdoou, sim, mas ainda se ri de mim às custas dos tais pombos :)
amigo, não me canso de olhar para a primeira fotografia, muito especial...conseguiste captar a alma daquele instante. diria que conseguiste fotografar a alma daquele homem.
ResponderEliminareu que tenho vindo a trabalhar também com idosos, sinto-a como um retrato vivo, acredita! ( a postura, o silencio, a introspecção, a alienação, um mundo próprio...)
gostei de todas mas desta em especial,
beijinho grande, eurico!
andy, querida amiga,
Eliminartalvez ainda lá esteja, no banco de jardim de uma qualquer cidade, um pedaço de si, um retalho dessa alma mais leve do que o próprio olhar.
beijinho!
Eurico querido,
ResponderEliminarmaravilha!
Sou muito apaixonada pela estética artística, e penso que as imagens aplicadas à arte são o que melhor representam as ausências e presenças. Na literatura, as imagens fruto da habilidade escrita; na arte fotográfica, provavelmente as mais explícitas de todas, por serem elas mesmo a matéria: carne e vísceras da escrita do instantâneo à luz.
Tive o privilégio de vivenciar isso quando estava na Sé do Porto sentada num banco, corpo presente, no entanto com um olhar vago ao altar na ausência de um qualquer pensamento. Ali, ao meu lado, minha pequena Luíse escondia-se por detrás da minha bolsa a fitar com seu jeitinho maroto e tímido as lentes do fotógrafo, muito atenta ao fragrante.
Com certeza, a fotografia mais inusitada que tenho até hoje com minha filha! E o autor da façanha? Meu amigo Eurico de sobrenome Portugal! Alguém que nutro um orgulho muito especial e sincero.
Pois este instantâneo será revelado e fará parte do nosso álbum de viagem, assim eternizando as ausências e presenças/presenças e ausências conjugadas em três tempos: o que foi, é e será.
Parabéns pelo teu olhar entre as coisas, e não somente nas coisas: e eis as tuas fotografias a cumprirem-se como arte na transcendência.
Agradeço o privilégio de ter sido modelo de algumas! :)
Um abraço renovado de Natal do tamanho dos Pampas Gaúchos aos teus e um beijinho natalino para ti.
Nos vemos!
aninha, minha amiga,
Eliminarrecordo-me perfeitamente desse instante. foi um desses acasos felizes, em que se conjugam o instante, a atenção e a sorte de, diante de tão comovente cenário, a mão não tremer :)
guardo a foto com um carinho imenso, ali, na sé do porto, olhares cruzados por pensamentos irrepetíveis, talvez mesmo impronunciáveis - como os afetos, afinal.
um beijinho para ti e outro ainda maior para a pequenita luíse!
é muito bonito,
ResponderEliminaremocionada: eu agradeço.
a tua presença, as tuas palavras-sorriso, a tua amizade; como agradecê-las, rejane?
Eliminarbeijinho!
Poeta Portugal,
ResponderEliminarolha só o que li hoje em nossos jornais:
o respeito ao poeta Catarino Brum Pereira.
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2012/12/tio-cata-tira-versos-do-lixo-3991160.html
cada qual com seu caminho, cada qual.
:)abração
rejane,
ResponderEliminarestava justamente aqui pelo blogue na hora em que me enviaste este impressionante testemunho de coragem, esperança e amor-maior. um exemplo, porque, afinal, as coisas grandes não têm forma, peso, ou medida - simplesmente existem, porque as sentimos. julgo que o artigo se encaixa perfeitamente nos pedaços de vida que estes rostos de pedra deixam antever.
cada qual com seu caminho - e um pouco de nós no caminho de todos.
um beijinho e um agradecimento pela partilha!