sexta-feira, 31 de maio de 2013

janelas de papel


fotografia de eurico portugal


sim, são recortes de jornal,
notícias que fabricámos com o interior das mãos
porque só os homens sabem por onde voa
a mentira:

nenhuma asa se confunde com a página
neste fim de céu a resvalar das letras
escritas em cinza com as pontas dos dedos:


também o tempo acaba por adormecer.

17 comentários:

  1. Ouvi ainda hoje pela manhã, mundos, sonho, música
    e venho agradecer tua companhia - tua poesia - neste tempo todo, e sempre, querido amigo.
    http://youtu.be/gbcQt_f1DK0

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    1. é ao som da revolução que digito estas letras, querida rejane. a revolução que se faz canto, voz, palavra e cravo, jamais pólvora e fogo. e nisso zeca afonso foi e será sempre grão-mestre. aqui, nos meus ouvidos, mas pela tua mão, à semelhança de tanta e tão boa música que a todo o tempo se faz presente em mim.

      beijinho meu!

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  2. por onde entra a brisa na janela de papel, a gente só avista, à vista



    abraço

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    1. são assim as notícias e os homens, assis: mapas de tinta que jamais se completam na vitrina do olhar.

      abraço!

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  3. acordamos com os acordes do silêncio de alguém!

    beijos!!

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    1. esse silêncio que não adormece, que respira apenas como se nunca tivesse existido. e as janelas que se fecham sobre as palavras cuspidas...

      beijos, jô!

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  4. euriquíssimo,
    e nisto eu me recordei de uma foto que tiramos no porto... ao invés de livros, camisetas.

    numa delas, dava-se a ler:

    Fuck Google.
    Ask me.

    algo assim...rs

    quanto aos jornais, a sociedade fabrica as manchetes.
    o homem à máquina as veste de sangue ou purpurina.

    abraço grande desse seu amigo bracarense de alma,
    o
    r.

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    1. robertílimo,
      se me recordo? todos os momentos passados no porto contigo, com o peter e a laura-raquel são fotografias na memória que não se hão de apagar. oxalá os jornais anunciem a reedição dos nossos passos num qualquer porto do nosso tempo dentro em breve.

      abracílimo!

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    2. Eurico,
      tenho conversado com o simpaticão Roberto via faceb. sobre uma possível ida à terra-mãe. Para mim seria ótimo 'matar dois coelhos ao mesmo tempo', com o perdão da expressão:) Mas conhecer-lhe e rever-te, os dois coelhos... ops! meninos-moço! Disse-me ele de uma tal tasca da dona Helena, e pelo que entendi quer me ver beber um pouco a mais da conta, no que respondi: tenho um paladar infantil, basta-me dois goles de vinho e entro em outra dimensão qualquer... e ainda revelo todos segredos da Humanidade! (deu acesso de riso...). Reservarei-me o direito de beber apenas uma aguinha, e no final da noite, o dever de devolvê-los respectivamente ao hotel e casa, são e salvos. Dai-me força Deus!
      Mas seria maravilhoso, não? Quem sabe isso vire notícia.

      Beijos e beijos!

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  5. A fotografia já introduz o poema, perfeita, perfeitos! Não bastassem as palavras, teu olhar é mesmo especial.Li e fiquei a olhar a foto. Sensibilidade grande a tua. Um artista onde toca, penso eu.

    Beijos, poeta!

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    1. é daqueles instantes que não podem escapar, taninha... passeava pela cidade, de câmara na mão, em busca do inusitado e do improvável, quando me apercebi da atenção com que as notícias desenhavam realidades nos mundos daquele sujeito; todo o texto se desenhou naquele mesmo clique.

      beijinho meu!

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  6. e quando todos se renderem, mãos caídas,
    erguerás a tua para esventrar a mentira,
    e a seiva da cinza a escorrer das palavras,
    semeará a esperança, onde um dia foi ceifada...

    Beijo,Eurico!

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    1. alcina, querida amiga-fotógrafa,
      é disso que se trata: seja sangue quente ou purpurina a iludir arco-íris, saibamos jamais capitular - é esse o nosso contributo, o dos que têm voz.

      um beijo meu!

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  7. Cada vez mais rubra a tinta...É premente o despertar.

    Beijinho

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  8. a tinta a dourar as veias enquanto o dardo permanece cego, surdo e mudo.

    beijinho, sandra!

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  9. Papel de primeiríssima linha- diga-se de passagem.

    Outro beijo!

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  10. Eurico querido,
    as notícias sempre são janelas, mas nem sempre são portas no abrir-fechar.
    Porém, as que definem nossos afetos e nos constituem são casas inteiras, onde encontramos abrigo, almoçamos, tomamos um café forte, sonhamos à noite, ou mesmo acordados. Vida em fatos: nossa própria publicação.

    Grande beijo!

    PS.: Esta fotografia 'fué la mano de Diós', de Maradona, o de Eurico Portugal que le ha sacado? :)
    Os argentinos, sempre eles!... e os portugueses com sua sensibilidade à mar pois, 'verdad'? Gostei muito!

    Besotes grandotes!

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